Sistemas Planetários, um nome que até pouco tempo não podia ser citado no plural pois conhecíamos apenas o sitema de planetas do qual nós fazemos parte, o Sistema Solar. Mas ao final do século XX de grandes descobertas, nós já podemos falar em planetas orbitando outras estrelas, porém ainda com alguma timidez, ao contrário do Sistema Solar que nos deixa a vontade sobretudo pelas descobertas e explorações realizadas durante todo o século XX.
A princípio, nós vamos lembrar do final do século XIX, nós sabíamos muito pouco a respeito do Sistema Solar. Toda as descobertas deveram-se aos grandes telescópios da época, ainda pouco potentes. Para o homem do início do século sabia-se apenas da existência de 8 planetas e, exceto a Terra, todos os 7 eram completamente misteriosos, algums satélites naturais nesses planetas já eram conhecidos, alguns asteróides - somente os de dimensões maiores ou mais próximos da Terra e de fácil observação.
Alguns acontecimentos marcaram o início do século, como a passagem do cometa Halley em 1910, e a busca por mais um planeta em função do movimento orbital de Netuno não coincidir com a teoria. Através do método de pertubação gravitacional aplicado ao planeta Netuno, pelo astrônomo Percival Lowell, determinou-se o local provável desse novo planeta. Somente em1930 seu assistente Clyde W. Tombaugh conseguiu identificar numa fotografia aquilo que era o último planeta do Sistema Solar - Plutão - no próprio Observatório Lowell.
O início do século foi marcado também
por muitas especulações a respeito dos planetas mais próximos
da Terra. A medida que aumentavam o diâmetro das objetivas dos telescópios,
eram vistos mais detalhes de Marte e Vênus, o que incentivava a imaginação
dos cientistas. Vênus não tinha muitos detalhes, pois é
um planeta completamente coberto de nuvens, então surgiam algumas
teorias, como a que dizia haver uma densa floresta com pântanos onde
moravam animais pré-históricos e até dinossauros,
ou que o planeta devido a sua cor amarelada era um vasto deserto com tempestades
de areia, ou ainda que embaixo das nuvens havia um oceano fervente devido
às altas temperaturas. Todas essas hipóteses tiveram um certo
tempo de duração e a cada período de experimentos
e descobertas iam se modificando.
sistemas-planetarios-fig-01.jpg 3.73 KB Figura 1: Foto de Vênus tirada pela sonda Mariner 10. |
Muitos mitos ainda existiam, sobre Vênus,
Marte a Lua e outros planetas que eram menos conhecidos ainda. Então
a partir da década de 50 o homem começa a contar com um grande
avanço, mandamos pela primeira vez em outubro de 1957 um equipamento
para o espaço, o Sputnik foi o primeiro satélite artificial,
foi o início de uma era e que até hoje vem crescendo e trazendo
junto consigo descobertas incríveis, o homem havia entrando na era
espacial. A princípio mandamos sondas à Lua: nós
obtivemos informações preciosas sobre o lado oculto da Lua,
os experimentos no solo lunar mostraram que nós poderíamos
pousar uma nave tripulada na Lua. Em 20 de julho de 1969 o homem pisou
na Lua pela primeira vez, e trazendo na bagagem informações
valiosíssimas do ambiente de um outro corpo, uma outra gravidade
e uma outra composição de solo e visões que nenhum
telescópio podia mostrar.
sistemas-planetarios-fig-02.jpg 62.55 KB Figura 2: Foto da superfície lunar com o astronauta Edwin E. Aldrin Jr. na missão Apollo 11. |
sistemas-planetarios-fig-03.jpg 19.50 KB Figura 3: Sequência de fotos da aproximação da sonda Giotto ao cometa Halley. |
Uma das teorias mais importantes desenvolvidas
desde o seculo XIX foi a teoria de formação do Sistema Solar,
Ela teve um grande avanço graças as preciosas informações
vindas do espaço. Outras áreas da Astronomia também
contribuíram para a elaboração desta teoria como o
estudo de formação e vida das estrelas, Os dados obtidos,
aqui da Terra, por espectroscopia e observações em grandes
e sofisticados telescópios, nos trouxeram uma surpreza! O Sistema
Solar não é exclusivo, em outras estrelas mais distantes
também podem existir planetas em órbita e, pesquisas recentes
constataram que é comum a formação de planetas. As
novas técnicas teóricas de análise das observações
nos permitem inferir que aquela estrela não está sozinha
e até visualmente por meio desses magníficos instrumentos,
nós vemos a presença de matéria e anéis ao
redor dessas estrelas, mesmo elas estando a distâncias de 20, 30
anos luz ou mais.
sistemas-planetarios-fig-04.jpg 41.25 KB Figura 4: Imagens tiradas pelo Telescópio Espacial Hubble do disco de poeira formado ao redor da estrela Beta Pictoris. Hubble Photo Galery. Endereço: http://hubble.stsci.edu/news_.and._views/pr.cgi.2000+02 |
Com mais Sistemas Planetários, a questão da existência de vida na nossa Galáxia ampliasse. Antes de de procurá-la é preciso se questionar em alguns pontos, como por exemplo: quais são os lugares candidatos a ter vida? A resposta seria lugares como a Terra, mas nem tudo que existe aqui é essencial à vida, e outro ponto é que não vamos encontrar um "clone" da Terra assim facilmente. Com certeza, a vida em outro lugar estará adaptada a um outro ambiente!
Dentro do Sistema Solar, nós temos alguns
lugares candidatos a busca pela vida. O primeiro é Marte na possibilidade
de um dia confirmarmos a existência passada a até mesmo presente
dela, mesmo que seja por microorganismos. Um meteorito marciano ficou famoso
quando foi encontrado no nosso solo e foram observadas formações
microscópicas parecidas com fósseis de bactérias.
Mas ainda se buscam melhores provas vindas diretas de Marte, uma viagem
tripulada para lá poderia nos responder algumas de nossas questões
siobre o planeta vermelho.
sistemas-planetarios-fig-05.jpg 32.00 KB Figura 5: Foto da superfície marciana e o jipe explorador tirada pela missão Pathfinder. |
Nós apenas começamos a busca e identificação
de outros sistemas planetários, em outras estrelas do firmamento.
Hoje, nós já temos alguns métodos indiretos de detecção
de planetas em torno de outras estrelas, tais como: o método de
perturbação gravitacional na estrela ou o método do
decaimento do brilho da estrela pela parcial ocultação na
passagem de um possível planeta em sua órbita. Com esses
métodos, nós detectamos planetas da ordem do tamanho de Saturno
e Júpiter. A lista atual já tem mais de 50 dos chamados planetas
extra-solares. Nós esperamos que com projetos de novos telescópios
espaciais mais potentes como o projeto Origins, seja possível observar
diretamente esses planetas, e descobrir algo mais sobre os nossos "vizinhos"
distantes algumas dezenas de anos-luz.
Revisão Aldo Loup e Jorge Hönel
Éder Martioli é monitor do CDCC
no Setor de Astronomia e está cursando o bacharelado de Físca
do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) – USP/SC.
sistemas-planetarios-fig-01.jpg 3.73 KB Figura 1: Foto de Vênus tirada pela sonda Mariner 10. Copyright: © Calvin J. Hamilton Endereço: http://www.solarviews.com/cap/venus/venusmar.htm |
sistemas-planetarios-fig-02.jpg 62.55 KB Figura 2: Foto da superfície lunar com o astronauta Edwin E. Aldrin Jr. na missão apollo 11. Cortesia NASA. Endereço: http://www.solarviews.com/cap/moon/moonflag.htm |
sistemas-planetarios-fig-03.jpg 19.50 KB Figura 3: Sequência de fotos da aproximação da sonda Giotto ao cometa Halley. Copyright: MPAE 1986 – Max Planck Institut Fuer Aeronomie |
sistemas-planetarios-fig-04.jpg 41.25 KB Figura 4: Imagens tiradas pelo Telescópio Espacial Hubble do disco de poeira formado ao redor da estrela Beta Pictoris. Hubble Photo Galery. Endereço: http://hubble.stsci.edu/news_.and._views/pr.cgi.2000+02 |
sistemas-planetarios-fig-05.jpg 32.00 KB Figura 5: Foto da superfície marciana e o jipe explorador tirada pela missão Pathfinder. Cortesia NASA. Endereço: http://mpfwww.jpl.nasa.gov/MPF/ops/yogi-press-col-2.jpl |