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Educação em Ciências

"ABC na Educação Científica – Mão na Massa – Capacitação de Professores

da Rede Estadual de São Paulo e Aplicação em sala de aula"

Ernst W. Hamburger1, Sandra R. Mutarelli Setubal2, Beatriz A. C. de Castro Athayde3 [email protected], Eleuza Guazzelli4

1–Instituto de Física e Estação Ciência, USP, São Paulo/SP; 2,3-Estação Ciência, USP, São Paulo/SP, 4-Secretaria de Estado da Educação, CENP, São Paulo/SP

Introdução: O projeto foi desenvolvido em quatro escolas da Rede Estadual de Ensino da Capital de São Paulo, com professores voluntários, tendo como objetivo trabalhar com Ciências nas primeiras séries do Ensino Fundamental (a aplicação em outras redes é apresentadas em comunicações paralelas). A proposta foi baseada no projeto francês “La Main à la Pâte”, que propõe a discussão de questões de ciências com ênfase na parte experimental; as atividades propostas e a aplicação do projeto foram adaptadas à realidade das nossas escolas. A capacitação dos professores foi realizada na Estação Ciência (Centro de Difusão Científica, Tecnológica e Cultural da Universidade de São Paulo) por profissionais desta instituição e da CENP (Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas), no período de agosto a novembro de 2001, sendo concomitante a sua aplicação em sala de aula

Metodologia: Cada uma das escolas participou com quatro professores de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental e o coordenador pedagógico, sendo acompanhados pelo assistente técnico pedagógico da Diretoria de Ensino a qual as escolas pertenciam. A capacitação deste grupo foi realizada em quatro encontros com duração diferenciada, de um a quatro dias, para desenvolver e discutir com os participantes as atividades propostas antes de serem aplicadas na sala de aula. O tema escolhido para ser trabalhado com o grupo foi Água, especificamente as mudanças de estado físico. As atividades foram estruturadas em quatro momentos fundamentais: 1) a apresentação de um problema para o qual eram formuladas hipóteses para solucioná-lo; 2) a realização da parte experimental onde as hipóteses eram testadas; 3) a discussão das observações e conclusões, e  4) o registro de toda a atividade. No desenvolvimento da atividade o trabalho, em alguns momentos, era feito em grupo e em outros individualmente. Os professores desenvolviam pelo menos uma atividade nas capacitações e em seguida, faziam a aplicação da mesma em sala de aula; desta forma, as aulas de ciências passaram a ser realizadas semanalmente. Depois da aplicação em sala de aula a equipe de capacitação se reunia com os professores e o coordenador de cada escola, nas horas de trabalho coletivo dos professores, para discutirem os problemas encontrados no desenvolvimento das atividades com os alunos; essas discussões direcionavam o encontro de capacitação subseqüente, visando suprir as necessidades apontadas pelos professores. Com essa metodologia o elenco de atividades programadas podia ser reestruturado, de forma a adaptar-se à realidade da escola. Nas aulas de capacitação discutia-se ainda a adequação da linguagem e os diferentes tipos de textos que o professor poderia utilizar nas aulas, pois o projeto tem como um de seus pontos fundamentais o desenvolvimento das expressões oral e escrita dos alunos.

Resultados: A capacitação dos professores permitiu que os mesmos realizassem as atividades antes de aplicá-las em sala de aula, o que viabilizou a introdução e discussão dos conceitos científicos abordados nessas atividades. A metodologia de trabalho familiarizou os professores e alunos com a prática experimental, com a elaboração de hipóteses, verificação das mesmas e o registro das discussões e conclusões. A troca de experiências entre os professores foi apontada com um ponto relevante para o desenvolvimento do trabalho pedagógico. Os professores apontaram que a aplicação do projeto provocou nos alunos uma maior participação e entusiasmo nas aulas de ciências. Os alunos para relatarem o que observaram e as suas conclusões tinham que utilizar a linguagem oral e escrita, o que provocou um maior desenvolvimento das mesmas e uma maior socialização das idéias do grupo. Nas discussão das atividades surgiam desdobramentos das questões apresentadas, o que impulsionou os professores a pesquisarem mais para elaborarem suas aulas. Os professores apontaram ainda, que diminuíram os problemas referentes a disciplina em sala de aula e os alunos comentam que passaram a gostar mais das aulas de ciências.

Conclusões: O projeto provocou algumas mudanças imediatas na prática do professor, tornando as aulas de ciências mais dinâmicas e atraentes para os alunos, com a utilização de aulas experimentais, que foram incorporadas de forma sistemática em seu plano de trabalho. A relação professor-aluno apontou para uma reestruturação, pois, o professor passa a atuar como mediador, tendo como ponto fundamental a participação dos alunos nas aulas. Nos alunos observou-se um maior desenvolvimento das expressões oral e escrita e capacidade de discussão de forma ordenada, bem como, uma maior socialização dos conhecimentos em sala de aula, promovendo a cooperação entre os estudantes. 


 

 

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Centro de Divulgação Científica e Cultural - CDCC - USP

ABC na Educação Científica - Mão na Massa